Original do Apple TV+ aborda inúmeros temas sociais sensíveis ao mesmo tempo em que Justin Timberlake e Ryder Allen ressignificam o conceito de construção familiar e da importância de cuidar de quem você ama.
Sinopse
O ex-jogador de futebol americano Eddie Palmer (Justin Timberlake) passou de herói local a criminoso. Depois de 12 anos em uma penitenciária estadual, ele retorna à sua cidade natal em Louisiana, onde volta a morar com Vivian (June Squibb), a avó que o criou. Enquanto tenta evitar problemas e reconstruir uma vida tranquila, Palmer é assombrado pelas memórias de seus dias de glória e pelos olhos desconfiados da pequena comunidade. A situação se complica quando Shelly (Juno Temple), vizinha de Vivian, desaparece durante uma festança prolongada, deixando seu filho Sam (Ryder Allen), de sete anos, frequentemente alvo de bullying, aos cuidados relutantes de Palmer. Com o tempo, Palmer vê um mundo mais esperançoso enquanto estabelece uma conexão com Sam por meio da experiência compartilhada de se sentir diferente por aqueles ao seu redor. A vida melhora para Palmer, e um romance se desenvolve entre ele e a professora de Sam, Maggie (Alisha Wainwright). Uma jornada inspiradora e inesperada se desenrola para os três, mas logo o passado de Palmer ameaça destruir esta nova vida.
Sobre o Filme
Eddie Palmer acaba de deixar a prisão depois de 12 anos por conta de um caso de agressão e volta para a casa da avó em liberdade condicional. Palmer não pode beber, fazer uso de qualquer substância ilegal ou violar qualquer lei, seja municipal, religiosa, estadual ou federal, e deve voltar para a delegacia para o exame toxicológico a cada duas semanas. A primeira impressão que temos de Eddie é que ele é aquela pessoa que aprendeu com os erros da pior maneira possível, mas que no processo perdeu também sua capacidade de sentir compaixão e no começo ele realmente é. Palmer está totalmente focado em conseguir um emprego e se manter longe de problemas para cumprir a condicional e finalmente estar livre de verdade.
No entanto, como tudo na vida, as coisas não acabam acontecendo da maneira que ele esperava ou planejara, e durante o processo de ressocialização, Eddie conhece Sam, um garotinho de sete anos que é um pouco diferente das crianças da sua idade. Sam é filho de Shelly, uma jovem problemática, envolvida com drogas, álcool e muitas contas para pagar. A jovem mãe mora em um trailer, vizinho da casa de Vivian.
Antes de desaparecer sem deixar qualquer rastro, Shelly pede para Vivian cuidar de Sam por "alguns" dias, onde a percepção de mundo de Eddie começa a mudar. Sam, automaticamente se apega a Palmer, mesmo que, em um primeiro momento, esse sentimento não é correspondido. Sam é diferente dos outros garotos de sua idade: não gosta de carrinhos, mas sim de bonecas. Não gosta de assistir ao futebol ou à corrida de carros na TV, mas sim a um desenho animado sobre fadas. E é aí que a trama começa a se desenrolar.
Palmer consegue um emprego de faxineiro na escola onde Sam estuda, e acompanha de perto o sofrimento do garotinho por ser diferente do padrão dos garotos da sua idade. O bullying é constante e, em um primeiro momento, Eddie procura se manter afastado dos problemas de Sam. Aos poucos, ao mesmo tempo em que se aproxima do garoto e uma empatia mútua se desenvolve, ele acaba por defender Sam diversas vezes, mesmo mantendo a carranca e alertando o garoto que ele não deveria ser do jeito que é. No entanto, Palmer entende a situação com o passar do tempo e a empatia se transforma em um amor fraternal profundo, até que Shelly retorna e Sam precisa voltar para casa.
Falar sobre Palmer é complicado por conta de todos os temas polêmicos e delicados que são tratados no longa. Entretanto, Fischer Stevens (Stand Up Guys) conduziu a trama com a mesma delicadeza do início ao final. Por se tratar de um drama cotidiano, daqueles que acompanhamos a vida do personagem dia após dia, conseguimos ver a evolução de Palmer em todos os sentidos, inclusive a ponto de se apaixonar novamente depois de todo o tempo encarcerado. Eddie alcança pouco a pouco cada objetivo que tem, enquanto seu coração é conquistado por Sam e pela professora Maggie. O filme não é um passeio em uma montanha-russa, cheio de loops, plot-twists ou qualquer elemento que o faça sair da sua zona de conforto, pois não é necessário. Palmer é um melodrama clássico, suave do começo ao fim, com boa chance de causar lágrimas e soluços.
Justin Timberlake interpreta o papel título. Que ele é um bom ator a gente já sabe, então vamos apenas deixar pontuada a sua ótima performance e focar na de Ryder Allen, que interpreta o garotinho Sam. O menino poderia muito bem mudar o nome do filme de Palmer para Sam com a sua atuação e sua performance. Ele consegue extrair tudo do personagem, que em diferentes momentos pode ser carismático, sarcástico, direto e objetivo, vulnerável, mas que com certeza sabe o que quer. O mais importante, na nossa opinião, é que o filme não trata da vida amorosa de um garotinho de sete anos, mas da forma como ele se comporta e de como isso é visto pelas pessoas de uma pequena cidade do interior. A produção aborda nuances sobre como Sam lida com a vida de forma leve e sempre otimista: como todo garoto de sua idade, ele aprecia a companhia dos amigos, das pessoas que ama, seus programas de TV favoritos, momentos felizes que vivencia pela cidade, mesmo que seja tomar um simples milk-shake.
Pessoas que nasceram entre os anos 80 e 90 podem ver seu próprio reflexo no personagem, principalmente, novamente, pela performance do ator. Os personagens secundários não têm tanta importância para a trama, mas isso não significa que seus intérpretes sejam ruins, ao contrário. Deixamos uma menção honrosa para Juno Temple (Malévola e Ted Lasso, série do Apple TV+), que consegue dar vida para Shelly, a mãe dependente química de Sam, de uma forma tão exemplar que chega a dar raiva a quem assiste.
A fotografia é muito tranquila, não apresentando lugares muito escuros ou muito claros, sempre em um tom de brilho que os olhos possam enxergar sem precisar forçar a visão. A trilha sonora acompanha a mesma calmaria, mas aqui entramos em um pequeno entreposto. O filme todo é muito calmo, e por mais que não haja necessidade de grandes reviravoltas, a trilha sonora poderia ser melhor aproveitada, para causar mais emoção a quem assiste, acompanhando as cenas mais tocantes como a da compra da fantasia de Halloween. Entretanto, em momentos como esse, apenas uma pequena melodia pode ser ouvida ao fundo, isso se você prestar bastante atenção ou aumentar o volume até que seus vizinhos reclamem.
O roteiro ficou por conta de Cheryl Guerriero e é simples e objetivo. Mais uma vez, como se trata de um melodrama cotidiano, não há espaço para plot twists ou muitos climaxes. É um filme de começo, meio e fim que conta a história do personagem que dá título à obra e acompanha seu desenvolvimento como pessoa, até chegar a um bom desfecho.
Palmer não é o tipo de filme que você assiste e perde o fôlego, mas é uma obra que com certeza vai prender a sua atenção por conta dos temas trabalhados, das histórias contadas sobre todo o círculo de personagens e, claro, toda a química entre Eddie e Sam.
Elenco e Equipe Técnica
Atores: Justin Timberlake, Juno Temple, Alisha Wainwright, June Squibb e Ryder Allen.
Roteiro: Cheryl Gerriero.
Produtores: Sidney Kimmel, John Penotti, Daniel Nadler, Charles B. Wessler e Charlie Corwin.
Produtores executivos: Mark O’Connor, Bruce Toll, Paris Kassidokostas-Latsis, Jean-Luc De Fanti, Jared Ian Goldman e Cheryl Guerriero.
Direção: Fischer Stevens.
Trailer
Avaliação
A avaliação pontua de 0 a 2 para cada critério e o somatório representa uma nota atribuída para a produção.
Filme: Palmer (2021) | Pontuação/Nota |
Elenco e atuação | 1,8 |
Roteiro | 1,5 |
Direção técnica e autoria | 1,8 |
Cenário e fotografia | 2,0 |
Sonoplastia | 1,0 |
Nota final da equipe News On Apple | 8,1 |
Entenda como funcionam os critérios de notas da Equipe News on Apple.
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28/11/2022 - 17h53
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