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Foto do escritorMarcelo Dada

Review: com leveza ao tratar sobre os altos e baixos da vida, Luck é um filme para todas as idades

Em um roteiro que minimiza riscos e agrada a crítica, longa do Apple TV+ é uma entrada agradável no mercado de produtoras de animações, muito bem produzido e que traz a reflexão de um tema definitivamente indicado para todas as idades: a sorte.


Sinopse


A história segue a jornada de uma jovem órfã, Sam Greenfield (interpretada por Eva Noblezada na versão original), uma adolescente com extrema má sorte, explorando experiências da vida e um submundo mágico com a ajuda do suspeito e carismático gato preto Bob (interpretado por Simon Pegg - e Gregório Duvivier na versão de dublagem brasileira) com o objetivo de encontrar e recuperar uma moeda da sorte para si.



Em Luck, o espectador é introduzido à Terra da Sorte, um universo inserido dentro do nosso mundo, cuidadosamente escondido e que, de uma maneira direta, perfaz a manutenção da sorte e do azar de todos, em qualquer situação do dia a dia. Pequenos seres, como leprechauns, joaninhas e felinos, têm o papel de criar e espalhar boa sorte pelo mundo. Em contraste, goblins e outros trabalham no submundo para produzir e manter o azar. Nesse mundo, vale destacar, existe a importância do equilíbrio entre azar e sorte e a clara noção de um mundo que é "mais fácil" para aqueles que têm boa sorte ou se arriscam para obtê-la.


Sobre o Filme


Os longas animados voltados para o público infantil produzidos pelos estúdios da Pixar, pela Disney, sempre trazem, além de um mundo cheio de magia e de uma animação ímpar, temáticas que capturam adultos e crianças, como a profundidade dos apectos psicológicos da vida em DivertidaMente (2015) e até mesmo a leveza de abordagem sobre viver e morrer, em Soul (2020). Os personagens, claro, são um ingrediente fundamental para marcar estas obras e sua construção e personalidade acabam sendo as marcas de sucesso destes filmes.


Com Luck, animação adicionada ao catálogo do Apple TV+ no dia 5 de agosto de 2022, vemos uma formulação da animação, um roteiro e um debruçar sobre um tema leve e potencialmente reflexivo que segue os padrões das animações produzidas pelos estúdios da Pixar. Parece realmente um marco e uma tentativa despretenciosa e pouco ousada da plataforma de streaming da Maçã em entrar em um uma produção de animações que já provou marcar gerações e, fundamentalmente, a cultura a pop.



A comparação com outras produções não é feita ao acaso: John Lasseter e Peggy Holmes, envolvidos na produção executiva e na direção, respectivamente, são dois ex-integrantes de produções animadas da Disney e, obviamente, trazem em Luck uma essência das produções em que já estiveram envolvidos anteriormente e que não passa despercebida.


Precisa-se destacar a incrível construção do personagem Bob. O felino é um gato preto, talvez propositalmente colocado aqui como um personagem que representa uma antítese na cultura ocidental do gato preto sendo uma representação do azar, em um contraste desconstruído do que representam os gatos de uma maneira geral, que são por si só, animais charmosos pela aparente sorte em suas peripécias diárias. Bob é um personagem notável desde sua primeira aparição: com uma aparência atraente e bastante fiel à anatomia dos gatos pretos comuns, o animal protagoniza cenas em que ele usa a sorte para escapar de Sam e reflete tanto a natureza felina quanto a sorte.



Em uma outra pontuação sobre a construção de personagens, temos Sam, retratada como uma heroína empática e altruísta, com uma pincelada bastante clássica deste protótipo de heroína para animações voltadas para o público infantil. Embora ela queira mudar a si mesma (e a sua sorte), sua prioridade é ajudar a amiga Hazel a encontrar um lar verdadeiro, já que ela ainda não foi adotada. A descoberta da moeda da sorte muda tudo nessa busca e ela se sobressai como "salvadora". No entanto, ela não é retratada como perfeita e comete erros, fugindo do maniqueísmo típico do gênero. Assim como Bob, Sam não é uma personagem construída para fins comerciais (produção de bonecos, pelúcias ou ilustrações gráficas vendáveis), mas totalmente respaldados por uma tentativa de trazer personagens muito mais reais e cotidianos.



Em relação às opções técnicas, as escolhas de cores é assertiva e se complementam entre roxo e verde, enfatizando a conexão entre azar e sorte; a trilha sonora de John Debney incorpora instrumentos de corda e também elementos de orquestra de Alan Silvestri. A animação, explosiva em cores e feita com o capricho que se espera para as produções da plataforma em qualquer conteúdo de seu catálogo já era algo de se esperar, ainda mais para um filme que serve como uma entrada ou um pequeno gostinho do que as produções encomendadas pela Apple possam oferecer futuramente.



O elenco de dublagem do longa original traz inúmeros nomes de peso, uma contribuição incrível para tudo o que se poderia propor em cada cena. Os talentos dos atores/dubladores que deram as vozes originais aos personagens enfatizam a personalidade que se pretende anexar, enquanto conseguem dar os tons de humor, seriedade, drama e de muita descontração para eles. A dublagem brasileira também não deixa a desejar nesse aspecto: a fluidez das falas possui um aspecto autoral que não caminham exatamente lado a lado com a obra original, mas fornecem uma adaptação muito bem construída e absolutamente profissional.


Embora possa ter sido mais cuidadosa em narrativas e na construção do roteiro quando poderia ser mais ousada e surpreedente - evitando muito o que pode ser previsível ou a sensação do espectador de estar vendo mais do mesmo, Luck é uma animação que transmite importantes mensagens de superação e amadurecimento, especialmente para as crianças, que certamente se divertirão com o filme.


Elenco e Equipe Técnica


Dubladores: Jane Fonda, Whoopi Goldberg, Eva Noblezada, Simon Pegg, Flula Borg, Lil Rel Howery, Colin O’Donoghue, John Ratzenberger e Adelynn Spoon.

Dubladores (versão brasileira): Gregório Duvivier, Hannah Buttel, Marize Motta, Natália Alves, Martha Cohen, Marcio Dondi, Duda Espinoza, Monique Filardi, Jennifer Gouveia, Rafinha Lima, Ícaro Amado, Marcia Coutinho, Eduardo Drummond, Taís Feijó, Flavia Fontenelle, Isadora Infante e McKeidy Lisita.

Direção: Peggy Holmes.

Autor: Kiel Murray.

Produtores: John Lasseter, David Ellison, Dana Goldberg e David Eisenmann.


Trailer



Avaliação


A avaliação pontua de 0 a 2 para cada critério e o somatório representa uma nota atribuída para a produção.

Filme/Animação: Luck (2022)

Pontuação/Nota

Elenco, Personagens e Dublagem

1,6

Roteiro

1,0

Direção Técnica e Autoria

0,8

Cenário, Animação e Fotografia

2,0

Sonoplastia

1,6

Nota Final da Equipe News On Apple

7,0


Para a avaliação da produção no formato de animação, os critérios Elenco e Atuação e Cenário e Fotografia foram avaliados pelo Elenco, Personagens e Dublagem e Cenário, Animação e Fotografia considerando o trabalho de dublagem da obra original (dubladores americanos). Uma observação geral sobre a dublagem (dubladores brasileiros) pode ser verificada no conteúdo do Review.


Critérios de dublagem são avaliados levando em consideração a obra original, uma vez que englobam aspectos intrínsecos de sua produção (dubladores que são escolhidos antes mesmo da concepção de um personagem, por exemplo).


Sobre o Apple TV+



O Apple TV+, o primeiro serviço de filmes e programas totalmente originais por assinatura da Apple, oferece vários filmes e séries premiados e inspiradores e esportes. Os assinantes podem assistir aos Apple TV+ Originals online, offline e sob demanda, no app Apple TV, que já vem instalado no iPhone, iPad, Apple TV, iPod touch e Mac. O conteúdo também está disponível em tv.apple.com/br. O app Apple TV também está disponível em smart TVs selecionadas, incluindo Samsung, LG, Panasonic, Sony, TCL, VIZIO e outras, aparelhos Amazon Fire TV e Roku, consoles de jogos PlayStation e Xbox, Chromecast com Google TV e decodificadores, incluindo Sky Q, SK Broadband e Comcast Xfinity. Para mais informações, visite apple.com/br/apple-tv-app.



30/3/2023 - 19h36

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