Apple enfrenta desafios no desenvolvimento do iPad dobrável, que pode custar até US$ 3.900 e chegar apenas em 2029
- Eduardo Galiani

- há 2 horas
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Previsto inicialmente para 2028, o primeiro dispositivo dobrável de grande formato da Apple enfrenta atrasos por causa de peso, custo e limitações técnicas do display; projeto pode redefinir a linha iPad, mas ainda levanta dúvidas sobre viabilidade e propósito.

A Apple parece estar desacelerando o passo em um de seus projetos mais ambiciosos da próxima década: o iPad dobrável. De acordo com informações publicadas pela Bloomberg, o produto — que vem sendo desenvolvido há anos — não deve chegar ao mercado antes de 2029. A previsão inicial era 2028, mas a complexidade técnica e o custo de produção fizeram o projeto avançar em ritmo mais lento que o esperado.
O dispositivo, que contaria com uma tela OLED dobrável de cerca de 18 polegadas, vem sendo desenvolvido em parceria com a Samsung Display. O principal objetivo seria minimizar a marca visível no centro da tela, uma limitação ainda presente em aparelhos dobráveis concorrentes. Ainda assim, a estrutura necessária para manter o painel rígido e funcional aumentou exponencialmente o peso do protótipo — que, segundo fontes, chega a aproximadamente 1,6 kg, mais que o dobro de um iPad Pro atual.
A expectativa é que o produto tenha corpo de alumínio e não inclua uma tela externa, o que o diferencia de dispositivos dobráveis como o Galaxy Fold. Fechado, ele se assemelharia a um MacBook sem teclado; aberto, teria o tamanho de um notebook de 13 polegadas. A ausência de teclado físico e a dependência total da interface sensível ao toque indicam que a Apple pode estar tentando fundir conceitos de iPad e Mac, explorando uma nova categoria entre tablet e laptop.

Esse movimento, porém, traz um custo elevado. As estimativas atuais indicam que o iPad dobrável poderia custar entre US$ 3.000 e US$ 3.900 — até três vezes o valor de um iPad Pro de 13 polegadas. O preço alto reflete tanto a novidade da tecnologia quanto a dificuldade de produção em larga escala, e levanta dúvidas sobre o público que a Apple pretende atingir com o produto.
Especialistas do setor avaliam que a empresa deve usar o iPad dobrável como uma vitrine tecnológica, preparando terreno para o futuro iPhone dobrável, previsto para 2026. Ainda assim, o risco é evidente: sem um salto expressivo em utilidade e ergonomia, o novo modelo pode se tornar mais um experimento caro do que uma revolução comercial.

O iPad dobrável, portanto, simboliza tanto a ambição quanto o impasse da Apple na busca por novas categorias de produto. A empresa domina o segmento de tablets, mas enfrenta um desafio conceitual: como justificar uma inovação que, embora tecnicamente impressionante, ainda não demonstra uma necessidade clara para o consumidor. O sucesso do projeto dependerá menos da tecnologia em si e mais da capacidade da Apple de redefinir o propósito do iPad — transformando o que hoje parece um experimento caro em um passo coerente na evolução de seu ecossistema.
Fontes: MacRumors e 9to5Mac
23/10/2025 - 13h48












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