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Crescimento do WeChat mostra que o iPhone pode nunca mais predominar na China

O WeChat se tornou tão onipresente na China que o iPhone é, cada vez mais, medido pela forma como executa o aplicativo.



O WeChat, da Tencent, é um aplicativo "tudo em um" chinês, que é um comunicador instantâneo, uma rede social, uma plataforma de pagamento digital e, agora, com "mini-programas" dentro do app, que estão substituindo a App Store.


Mas onde isso pode gerar o desuso do telefone da empresa da maçã? Bem, o aplicativo foi desenvolvido para ser executado da mesma forma, tanto em iPhones/iPads quanto em qualquer outro gadget que utilize o Android como sistema operacional.


O que é irônico nessa história toda é que o WeChat utiliza da mesma ideia de Steve Jobs com a criação de uma loja de aplicativos, nos primórdios do iPhone. Nós, que somos usuários de iDevices, sabemos o quão rentável e o quão gigantesca é a App Store.


Em 2017, a Tencent visitou a Apple, para reassumir que os mini-apps que estão dentro do WeChat não eram robustos, limitados em funcionalidades e não gerariam competição com os aplicativos completos. Mas, agora, esses mini-apps são, sim, uma ameaça, pois alguns oferecem streaming de vídeo ao vivo e até mesmo realidade aumentada.


Mas isso pode ser feito? Sim, pois os mini-apps são partes do WeChat e se um usuário permitir, por exemplo, o acesso à câmera ou à Internet, o usuário está, também, permitindo que todo e qualquer mini-app, dentro do WeChat, faça o mesmo.


Segundo um desenvolvedor em Xangai, Sinia Spasojevic, o WeChat tem APIs que acessam o GPS, a câmera, e tudo o que seja possível coletar e utilizar de um gadget.


Em três anos da criação dos mini-apps, o crescimento se tornou muito maior do que uma simples ferramenta, como a Trancent disse à Apple, na época. É verdade que existam algumas limitações, tais como mini-apps de no máximo 10 Mb de espaço, porém essa limitação torna a criação deles mais simples do que aplicativos gigantescos e, também, faz com que existam várias opções para uma mesma funcionalidade.


De acordo com o "The Information", já existem mais de 2.4 milhões de mini-apps, desde jogos básicos, até de marcas famosas, como Nike e McDonald's. Para se ter ideia da imensidão desse aplicativo, o Google, que está, em teoria, banido da China ou oferecendo serviços de buscas limitados, já tentou criar um jogo, como se fosse um mini-app, dentro do WeChat.


"O perigo é que o WeChat está se transformando em um novo sistema operacional, pois não importa se eu goste de um telefone ou se ele funcione bem; eu não posso viver na China com um telefone que não possua o WeChat", explicou Sinia Spasojevic.

Bem, o que mais parece é que a Apple esteja em vias de perder muitas vendas de seus iPhones no mercado chinês, pois a utilização do WeChat, inclusive, faz com que a migração para uma plataforma Android seja extremamente simples, visto que, em teoria, bastaria instalar o app no aparelho com o sistema operacional do Google e tudo o que o usuário havia feito no iPhone será transferido para o novo aparelho, devido aos dados e informações estarem guardados em um servidor em nuvem da Trancent.

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