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Apple entre o impacto das tarifas e o aumento global de preços: quanto tempo ela pode resistir?

  • Foto do escritor: Eduardo Galiani
    Eduardo Galiani
  • 6 de mai.
  • 3 min de leitura

Enquanto fabricantes de tecnologia sobem seus preços devido à guerra comercial dos EUA, a Apple adota medidas estratégicas para absorver custos, mas o futuro permanece incerto.

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Imagem: Reprodução/MacRumors

A Apple está no centro das tensões comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros globais, especialmente a China. Em um cenário onde tarifas sobre produtos eletrônicos disparam, a empresa tem adotado uma postura estratégica e resiliente para evitar que seus consumidores sintam o impacto no bolso — pelo menos por enquanto.


Durante a divulgação dos resultados financeiros do trimestre encerrado em março, o CEO Tim Cook declarou que a Maçã conseguiu evitar prejuízos maiores graças ao planejamento prévio. “Otimizamos nossa cadeia de suprimentos e o inventário, conseguimos construir estoques nos EUA antecipando as tarifas”, explicou. No entanto, essa manobra tem prazo de validade e, segundo o executivo, o trimestre atual, que termina em junho, já apresentará os primeiros efeitos financeiros mais concretos das tarifas impostas pela administração Trump.


Atualmente, os produtos da Apple importados da China estão sujeitos a uma tarifa de 20%, fruto de uma política batizada informalmente de “tarifa do fentanil”. Além disso, há uma tarifa adicional de 125% como retaliação do chamado “Dia da Libertação”, totalizando 145% sobre alguns itens. Embora a maior parte dos dispositivos da empresa — como iPhones, iPads e Macs — tenha sido isenta da taxa adicional pelo governo norte-americano, certos acessórios continuam sujeitos à tarifa completa. “Estamos pagando 145% de tarifa sobre acessórios específicos que não foram isentados”, confirmou Cook.


Para mitigar o impacto, a gigante de Cupertino tem diversificado suas fontes de produção. Atualmente, cerca de metade dos iPhones vendidos nos Estados Unidos já são fabricados na Índia, e a expectativa é que essa proporção aumente. Dispositivos como iPads, Macs, Apple Watches e AirPods estão sendo originados, em grande parte, do Vietnã, reduzindo significativamente a dependência chinesa.


Apesar das medidas adotadas, a Apple estima que o impacto das tarifas possa adicionar até US$ 900 milhões aos seus custos apenas no trimestre de junho, caso nenhuma nova política seja implementada até lá. Cook alertou que esse número não deve ser tomado como projeção para os próximos períodos, já que há “fatores únicos” que favorecem temporariamente a empresa. Esse montante equivale a menos de 1% da receita trimestral da companhia e menos de 2% das vendas de iPhones, valores ainda administráveis por uma gigante como a Apple. No entanto, Cook foi claro ao dizer que “não sabemos o que vai acontecer com as tarifas” e que o cenário é volátil.


Além disso, a partir de 2 de maio, os Estados Unidos deixaram de aplicar a chamada regra de “de minimis”, que isentava produtos abaixo de US$ 800 de tarifas. Isso afeta diretamente o processo de importação de componentes recondicionados usados em reparos AppleCare, exigindo ajustes adicionais na logística da empresa.

Apple

Outro fator de preocupação é a investigação da Seção 232 iniciada pela administração Trump, que pode levar à imposição de novas tarifas sobre semicondutores, ímãs e minerais críticos — itens essenciais na fabricação de dispositivos da Maçã. A conclusão dessa investigação está prevista apenas para dezembro de 2025, o que pode empurrar qualquer ação para 2026, mas já gera incertezas sobre os custos futuros de produção.


Enquanto a gigante de Cupertino resiste, outras empresas do setor tecnológico já começaram a repassar os custos aos consumidores. A Microsoft, por exemplo, aumentou o preço do Xbox Series X de US$ 500 para US$ 600. A Sony elevou o valor do PlayStation 5 Pro de US$ 590 para US$ 700. Empresas como MSI, DJI, Lenovo, Segway, Bambu Lab e Anycubic também anunciaram aumentos impactantes, que variam de US$ 50 a US$ 300 dependendo do produto. Até mesmo plataformas chinesas como Temu e Shein passaram a cobrar tarifas extras dos usuários, impactadas pela nova política de fim da isenção para itens de baixo valor.


Apesar de rumores alarmistas no início da guerra comercial sugerirem que um iPhone poderia subir “centenas ou milhares de dólares”, esse cenário ainda parece improvável. A Apple tem capacidade de negociação, produz alguns chips em solo americano (como na fábrica da TSMC, no Arizona), e segue investindo na diversificação geográfica de sua cadeia de suprimentos. Mesmo assim, o consenso entre analistas é de que os aumentos de preços são uma questão de tempo. “Com nenhum alívio à vista, a Apple precisará repassar parte dos custos, e a questão não é se isso acontecerá, mas quando”.


Com as isenções sendo temporárias e a pausa tarifária prevista para durar apenas 90 dias, o cenário exige vigilância constante por parte da empresa e dos consumidores. Embora seja improvável que vejamos aumentos de preço em produtos já no mercado, a próxima geração de dispositivos — como o futuro iPhone 17 — pode estrear com valores mais altos, refletindo os custos crescentes da nova realidade comercial global.



Fontes: MacRumors e 9to5Mac

6/5/2025 - 18h15

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