Apple revela chip M5 com salto estratégico rumo à era da IA embarcada
- Eduardo Galiani

- 15 de out.
- 3 min de leitura
Com avanços em GPU, CPU, Neural Engine e memória unificada, o M5 coloca a Apple em novo patamar competitivo frente a rivais em IA.

A Apple anunciou formalmente o M5, sua mais recente geração do Apple Silicon, posicionando-o como um divisor de águas para o uso de inteligência artificial diretamente nos dispositivos. O M5 é fabricado em tecnologia de 3 nanômetros de terceira geração e introduz uma arquitetura de GPU com 10 núcleos, sendo que cada núcleo passa a contar com um Neural Accelerator dedicado — movimento que permite que cargas de trabalho de IA se beneficiem diretamente da GPU, e não apenas da CPU ou do Neural Engine. Segundo a empresa, o M5 oferece mais de 4 vezes o desempenho máximo de GPU para IA em comparação ao M4.
Em termos de desempenho gráfico, a Maçã afirma que o M5 entrega até 45 % mais performance em comparação ao M4, graças também à adoção de traçado de raios de terceira geração e melhorias no sistema de cache dinâmico de segunda geração. Por sua vez, o chip inclui uma CPU de até 10 núcleos (6 de eficiência + 4 de desempenho), que entrega até 15 % mais performance multithread em relação ao M4.

Outro componente que recebeu atualização significativa é o Neural Engine, que agora possui 16 núcleos mais rápidos, o que contribui para acelerar tarefas de aprendizado de máquina embarcadas. Também foi ampliada a largura de banda de memória unificada, que agora atinge 153 GB/s, um incremento de quase 30 % frente ao M4.
A Gigante de Cupertino posiciona o M5 como peça central na capacidade de rodar modelos de IA de forma local — por exemplo, modelos de difusão para geração de imagens em aplicativos como Draw Things ou até mesmo modelos de linguagem em execução local via plataformas como webAI. Essa ênfase é sintomática da estratégia da empresa de privilegiar o processamento local, preservando privacidade e reduzindo dependência de nuvem.
Na prática, o M5 começa a ser adotado em três produtos: MacBook Pro de 14 polegadas, iPad Pro e Apple Vision Pro (segunda geração). No MacBook Pro, por exemplo, o M5 permite ganhos dramáticos no desempenho de IA, melhora no SSD e promete até 24 horas de autonomia. Já no iPad Pro, o chip oferece potencial de até 3,5 vezes mais desempenho em IA comparado ao M4 e 5,6 vezes em relação ao M1; o iDevice também passa a suportar Wi-Fi 7 e adota o processador de rede N1 e o modem C1X, que proporcionam ganhos de até 50 % na performance celular. No Vision Pro, o M5 permite renderização de mais pixels e suportará taxas de atualização de até 120 Hz, beneficiando a qualidade visual e fluidez.

Contudo, alguns desafios e incertezas emergem a partir desse anúncio. Por exemplo, há especulações de que alguns modelos MacBook Pro equipados com M5 possam ser adiados para 2026, o que indicaria uma estratégia de lançamento escalonado.
Por fim, com este movimento, a Apple intensifica sua competição com empresas que já investem pesadamente em chips orientados para IA (como Qualcomm e Intel) e também reforça sua proposta diferenciada: ambientes de IA local com privacidade, desempenho e autonomia. Para os usuários, a promessa é clara: menos dependência da nuvem e mais poder de criação no próprio dispositivo.
Fonte: Apple
15/10/2025 - 16h41












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