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Por que o iPad não vai rodar o macOS: Craig Federighi fala sobre identidade, multitarefa e o futuro do iPadOS

  • Foto do escritor: Eduardo Galiani
    Eduardo Galiani
  • 6 de jul.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 3 de set.

Chefe de software da Apple explica decisões de design, desafios da multitarefa e o motivo por trás da separação entre iPad e Mac.

Craig Federighi no Apple Park

Craig Federighi, vice-presidente sênior de engenharia de software da Apple, concedeu recentemente uma entrevista a Federico Viticci, editor do site MacStories, onde comentou em profundidade sobre a evolução do iPadOS e as razões pelas quais a Maçã não pretende fundir o iPad com o Mac. A conversa aconteceu durante a WWDC 2025 e abordou os desafios técnicos e conceituais do desenvolvimento do iPad como plataforma independente.


Com a chegada do iPadOS 26, a Apple implementará mudanças de grande impacto no sistema, especialmente no que diz respeito à multitarefa e à manipulação de janelas. Federighi explicou que a busca por uma solução adequada para multitarefa no iPad exigiu anos de exploração e testes. Segundo ele, era necessário encontrar uma abordagem que respeitasse a natureza única do dispositivo, ao mesmo tempo em que atendesse às demandas de usuários avançados. A introdução do Stage Manager em 2022 foi um passo importante nesse processo, permitindo à gigante de Cupertino experimentar novas formas de organização de aplicativos sem abandonar a simplicidade do sistema.


Desde os primeiros anos do iPad, a Apple evitou implementar recursos muito semelhantes aos do macOS para não comprometer a identidade da plataforma. Federighi destacou que, se o iPad tivesse adotado elementos como a barra de menus do Mac logo no início, isso poderia ter influenciado negativamente o desenvolvimento de aplicativos, induzindo os desenvolvedores a esconder funcionalidades em menus complexos. A ausência desses elementos, por outro lado, forçou uma abordagem mais direta, com foco em interfaces simples e intuitivas. Ele considera que preservar esse tipo de simplicidade foi fundamental para o crescimento do ecossistema do iPad.

MacBook

O executivo reconhece que há diferentes tipos de usuários de iPad. Alguns preferem uma experiência mais simples, parecida com a de um iPhone, com uma única janela em tela cheia. Outros, no entanto, desejam mais controle e funcionalidade, aproximando-se de uma experiência tradicional dos Macs. A decisão de ampliar as capacidades de multitarefa no iPadOS 26 foi tomada para acomodar esse segundo grupo, sem prejudicar os usuários que valorizam a simplicidade.


Um dos trechos mais comentados da entrevista foi quando Federighi usou uma metáfora para explicar por que o iPad não deve rodar o macOS. Ele comparou a ideia a um “spork”, utensílio híbrido que combina colher e garfo. Segundo ele, ao tentar unir duas coisas boas, o resultado pode ser um objeto que não funciona bem em nenhum dos dois propósitos. Federighi afirmou que a Apple não quer transformar seus dispositivos em produtos híbridos que sacrificam a experiência ideal de cada um.


Apesar disso, ele reconhece que há espaço para que iPadOS e macOS se inspirem mutuamente. Elementos do Mac podem ser adaptados ao iPad, e o mesmo pode acontecer no sentido oposto, mas sem que isso implique uma fusão entre os sistemas. Na visão da Apple, manter as duas plataformas separadas permite preservar suas características únicas e garantir que cada uma atenda da melhor forma possível ao seu público-alvo.


Federighi também alertou contra a tentação de simplesmente reutilizar soluções prontas do Mac no iPad. Para ele, é importante respeitar o que ele chama de “essência do iPad” e imaginar como certos recursos, como a manipulação de janelas, funcionariam em um dispositivo voltado prioritariamente para o toque, sem depender de paradigmas herdados do desktop. Essa abordagem, segundo ele, é o que permite à Maçã evoluir sem comprometer a originalidade de cada produto.


iPads

As declarações do executivo ajudam a esclarecer a filosofia da Apple em relação ao iPad e ao Mac, deixando claro que a empresa não busca uma convergência total entre os dois, mas sim um equilíbrio em que cada plataforma evolui de forma coerente com sua proposta original.



Fontes: MacRumors e 9to5Mac

6/7/2025 - 12h33

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